sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Caos na saúde de Juazeirinho faz médicos deixarem plantões

 O caos na Saúde Pública da cidade de Juazeirinho foi motivo para o pedido de demissão de um médico que desabafou nas redes sociais, na noite desta terça-feira (27), publicando os motivos que o levaram a deixar o cargo no município. Durante o desabafo, o profissional lamentou, inclusive, uma entrevista concedida pelo prefeito Joilton Fernandes, em uma rádio local onde tentou “desmoralizar os médicos”, que deixaram os plantões por falta de pagamento e condições de trabalho no município localizado na Microrregião do Seridó paraibano.

 O médico Petrúcio Brito, que deixou recentemente o Hospital de Juazeirinho, publicou uma carta pública no Facebook afirmando que estava no limite que um profissional poderia suportar, uma vez que a unidade de saúde estava sem ambulância, medicações, material de entubação, lençóis, sondas, aspirador, alimentos para refeição de funcionários e pacientes e, até, sem soro fisiológico. Além da saída de três médicos, saíram também alguns motoristas e todas as lavadeiras do hospital por falta de pagamento.


“Nobres amigos, colegas e pacientes, é chegada a hora de alguém se insurgir contra esses abusos e começar a combater a exploração e a prostituição a que estão querendo submeter a classe médica de nosso país, bem como o descaso e humilhação a que estes pseudo-gestotes expõem os nossos indefesos pacientes. Temos que nos unirmos, médicos e pacientes, e aniquilarmos da vida pública estes políticos que se utilizam da fragilidade e da necessidade do povo para ‘venderem’ seus ‘favores’ ou um atendimento médico em troca de votos”, desabafou doutro Petrúcio.

Confira a íntegra da carta completa pública do médico, publicada nas redes sociais:
Caros colegas médicos,

Senhores pacientes,

Acabei de escutar estarrecido no início da manhă de hoje, uma entrevista do prefeito de Juazeirinho-PB, numa rádio local, onde além de costumeiramente demonizar os médicos, que deixaram os plantões por falta de pagamento e condições de trabalho, ainda informava que estaria, caso não aparecesse nenhum médico para contratar, possivelmente, colocando faixas na BR-230 à procura de novos profissionais.

Nobres amigos, quando saímos daquele hospital de Juazeirinho-PB, estávamos no limite do que um profissional poderia suportar. Estávamos sem ambulâncias, visto que uma se encontrava no eterno “conserto” há quase 01 (um) mês após atropelar, pasmem, um simples cachorro e a outra não oferecia o mínimo de operacionalidade. Faltavam ainda, medicaçőes e material para entubação, lençóis, medicações como Tylenol, Berotec, Atrovent, Diclofenaco Sódico e Potássico, Clopidogrel, AAS, Ocitocina, sondas e aspirador na hora dos partos, ECG, DEA (sem as pás), alimentos para nossas refeições, além de uma infinidade de outras medicações e materiais.

Pasmem que na semana antes de sairmos chegou a faltar, além de soro fisiológico, até fichas de atendimento de pacientes.

O fato é que hoje (27/10/2015), após ouvir a aludida e fantasiosa entrevista, liguei para a secretária de finanças e administração daquele município, e ela me informou que a determinação que tinha era para pagarmos apenas os plantões deste mês de outubro, sem se referir, em momento algum, aos valores descontados ilegal, indevidamente e sem qualquer aviso prévio, no importe de quase R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), subtraídos de meu salário, sem falar nos valores descontados dos demais colegas!

É sabido e ressabido, aos que me conhecem, que não costumo “alisar” e nem tampouco admitir ser feito de idiota; destarte, dei-vos o ultimato de me pagarem até o último centavo, improrrogavelmente, até o próximo dia 16/11/2015, data em que deveriam serem pagos também, os plantões deste mês.

Então caso algum colega se prostitua e vá assumir os plantões de lá, saiba que, não havendo o devido pagamento até a data estipulada, estarei acionando judicialmente o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, Justiça do Trabalho, Receita Federal, CRM-PB e a Imprensa Estadual.

Assim, infelizmente o colega que lá estiver irá literalmente “no bolo”, por assumir, negligentemente, um plantão sem as mínimas condições de trabalho.

Nobres amigos, colegas e pacientes, é chegada a hora de alguém se insurgir contra esses abusos e começar a combater a exploração e a prostituição a que estão querendo submeter a classe médica de nosso país, bem como o descaso e humilhação a que estes pseudo-gestotes expőem os nossos indefesos pacientes.

Temos que nos unirmos médicos e pacientes e aniquilarmos da vida pública estes políticos que se utilizam da fragilidade e da necessidade do povo para “venderem” seus “favores” ou um atendimento médico em troca de votos.

Iremos resistir até o fim, em nome de uma medicina séria, humana e apolítica, mesmo que para isso tenhamos que cortar na própria carne!!!

Saudações médicas,

Dr. Petrúcio Brito

Médico/Advogado.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Como fazer transposição de um rio morto

saofranc
transposição de suas águas, promovidas pelo governo. O Velho Chico vem sendo castigado, ao longo dos anos, por ações indiscriminadas de erosão, assoreamento e desmatamento das margens, mau uso de suas águas e pela falta de ações efetivas de preservação de suas nascentes.
Na última semana de setembro de 2014, a principal nascente do Rio São Francisco foi declarada oficialmente seca.

A sentença foi pro
saofranc2ferida por analistas ambientais e encarregados da área do Parque Nacional da Serra da Canastra, onde ela se
encontra.

A situação é considerada e preocupante e, é resultado da estiagem prolongada e incêndios que devastam a vegetação nativa, além das condições climáticas.
cConstruções de barragens, desvios de suas águas para usos pouco controlados, o uso indiscriminado pela população ribeirinha, tem impactado não só a quantidade e qualidade das águas, como o bioma que circunda o Velho Chico.
Muitas espécimes de peixes nativos foram afetados pelos desvios da águas,. As atividades pesqueiras  exercidas em bases insustentáveis, comprometeu a indústria pesqueira ao longo do Rio. A desastrosa introdução de peixes amazônicos, por conta dos barramentos, transformaram-se em pragas.
Segundo os especialistas que vêm acompanhando a degradação do São Francisco, as obras de  federal, têm fornecido verbas para estudos e investimentos em programas ambientais para recuperação e preservação do bioma circundante do Rio. Porém, falta pessoas especializado  na fauna e flora da caatinga.
O documento também alerta que “da nascente à foz o rio vem diminuindo sua vazão, comprometendo a quantidade e a qualidade das águas, as atividades econômicas e inviabilizando os usos múltiplos”. A proposta  é de racionamento das águas do Rio, principalmente para as atividades de irrigação.
O documento revela algo muito mais grave: a falência do conjunto de organismos destinados a planejar, monitorar, revitalizar e desenvolver a bacia do Velho Chico, que por todos esses anos, décadas, receberam quantias expressivas, verbas razoáveis, pessoal e equipamentos e… nada fizeram de efetivo para prevenir o desastre.

 
 
 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Um Governo ilegítimo

"Comparando com a situação em 1992, sem dúvida o momento é outro, mas os pressupostos políticos e jurídicos são iguais, e as coisas estão ficando cada vez mais graves. A situação do Brasil está se agravando dia a dia, talvez hora a hora. Eu estou do mesmo lado, da defesa da democracia, e eu acho que tem que perguntar para os outros advogados que redigiram o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello por que mudaram de opinião.
 
O que se discute não é a honra da presidente, é a honra do governo dela, e para mim um governo que se torna ilegítimo pelas suas ações tem que ser julgado por quem pode julga-lo.
 
Ela conquistou o seu mandato numa eleição legítima, mas perdeu a legitimidade ao longo de poucos meses por aliar-se a uma corrupção que vinha de muito tempo e só foi descoberta agora. Sobre o que deve acontecer daqui para frente, eu acho que a ilegitimidade do governo hoje pode ser a ilegitimidade do Congresso amanhã se o Congresso faltar com a sua responsabilidade."
 
Miguel Realle Jr. Jurista doutrinador

E agora José CPI acabou, o foco sumiu, investigação esfriou...

Com relação a CPI da Petrobrás, hoje, dia 19 de outubro de 2015, deve sair o resultado conclusivo mediante a visão dos que compuseram o inquérito; o grande problema, é que, paralelo a tão fomosa comissão parlamentar de inquérito, havia um juiz chamado Moro, que obrigou a CPI a convocar parlamentares, ex políticos, e empresários que não estavam nos planos como, Lula e Cunha.
Ao meu ver, a CPI tornou-se mais um embate político que investigativo, uma grande guerra de lama, onde ...todos sujam todos, fazendo valer a frase mais famosa de Thomas Hobbes.
O homem é o lobo do homem é uma frase tornada célebre pelo filósofo inglês Thomas Hobbes que significa que o homem é o maior inimigo do próprio homem.

Paulino Lima
- Jornalista - Radialista -Acadêmico de Direito.

sábado, 17 de outubro de 2015

Quero ver explicações sensatas.

Em sendo a licitação um conjunto cronológico de exigência para que possa contratar com a administração pública, o advogado Corsino esqueceu de um termo básico da licitação, o princípio isonômico, ou seja, a exigência, e se assim não proceder, a licitação será nula, da publicação em jornal de grande circulação para que todas, e não somente as empresas do Patos possam participar, esse princípio é garantido tanto na constituição federal art. 37, principio da publicidade, como na lei que regulamenta o art. 37, que a lei 8.666 a lei das licitações e contratos. Essa lei exige por exemplo, que empresas passem pelo crivo da habilitação, e Corsino sabe muito bem, que essas empresas são fraudulentas, não tem domicílio, não tem nem um tipo das 05 exigências da habilitação licitatória, ou seja, jamais, poderia participar de licitação. Sem contar, que existe uma delação premiada, o cidadão que emitiu as notas, muitas vezes, sem prestar a contra partida.

Nesse quesito, desafio qualquer advogado para me provar ao contrário.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Bullyng - ato perverso contra toda uma família.

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.


"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo" o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.

Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado", diz.

Existe diferença entre bulling feminino e masculino. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.

Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. "As garotas raramente dizem por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em bullying feminino.

Ela conta que as meninas agem dessa maneira porque a expectativa da sociedade é de que sejam boazinhas, dóceis e sempre passivas. Para demonstrar qualquer sentimento contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais. "É preciso reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se expressar"

domingo, 4 de outubro de 2015

Em tudo tem que haver razoabilidade e proporcionalidade

Com Relação a um agente de trânsito multar o outro.
podemos chamar a razoabilidade de estrutura a aplicação de outras normas, princípios e regras, notadamente das regras. A razoabilidade é usada com vários sentidos. Fala, razoabilidade na aplicação de normas, razoabilidade de uma alegação, razoabilidade de uma interpretação, razoabilidade de uma restrição, razoabilidade do fim legal, razoabilidade da função legislativa."
Isto posto, podemos perceber a amplitude do conceito e ...de como é importante na aplicação da norma ao caso em concreto, Podemos assim dizer que a razoabilidade pode, cabe e deve ser usada em toda decisão, esse procedimento será sempre bem vindo.
 Quando o agente não usa do princípio da razoabilidade e proporcionalidade ( defendido no jurídico brasileiro, ele passa a ser seco, utilizando a letra da lei, prejudica o trabalho e a ele mesmo, pois partido do princípio que ninguém é perfeito, chegará dia em que ele terá que notificar ele mesmo.
Sem contar que agentes públicos de trânsito, existem em 90% para educar, orientar, fazer fluir, aqui em patos, esse percentual existe para sanção.

Paulino Lima. DRT 1669-94 PB
Acadêmico de Direito.

sábado, 3 de outubro de 2015

Petistas diziam que não havia crise, era uma crise política

Gente, é de cortar coração o desespero da presidente do Brasil em querer se manter no cargo a tudo custo, faz ministérios como moeda de barganha, agora, quer extinguir pastas que nunca deveriam ter sido criadas, era apenas cabide de emprego para trocar por votos e criar mais uma dotação orçamentária.

O ruim da história é que com o infundado argumento de que tiraram o Brasil da fome ( pelo contrário, colocaram agora todos os Brasileiros na fome) faliram o país. O bom da histór...ia é que os petistas brigavam até ontem dizendo que não havia crise, que era uma crise política, que estava tudo bem no Brasil e os coxinhas estavam com ciúmes.

E agora José, a grana acabou, o dinheiro sumiu, o país quebrou...
Ou seria, e agora Luiz...


Paulino Lima DRT 1669/94 - pb

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Tudo que Dilma disse em campanha, faz ao contrário

O preço do botijão de gás vai subir 10% e sai de R$ 50 para R$ 55 a partir desta quinta, 1º de outubro. É o segundo aumento em menos de um mês na Paraíba. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Sindicato dos Revendedores de Gás GLP da Paraíba (Sinregás-PB).

Leia também: Petrobras aumenta o preço da gasolina em 6% e do diesel em 4% nas refinarias

Conforme o Sinregás-PB, a alta de R$ 5 corresponde ao aumento da pauta fiscal e o reajuste de 15 % anunciado pela Companhia em 1º de setembro e que já foi incorporado ao preço final pelos revendedores a tabela em vigor.

No reajuste anterior de 11%, o botijão passou de R$ 45 para R$ 50. A diferença, segundo a direção do Sinregas-PB, correspondeu à soma das despesas de custeio referentes ao ano de 2015, quando se destacam as altas na tarifa de energia elétrica e o dissídio coletivo dos funcionários.

Na Grande João Pessoa existem aproximadamente 300 postos de revenda legalizados do botijão de gás de cozinha, enquanto que em todo o estado existem em funcionamento cerca de 1.300 pontos de comercialização distribuídos do Litoral ao Sertão.

Brasil, um sucatão com pinta de 05 estralas

Assinada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê o reaparelhamento das Forças Armadas do país em busca de desenvolvimento e projeção internacional, mirando a conquista de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, poucas medidas previstas no decreto tiveram avanços desde então.
exercito_infografico_versao13agosto_300 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Exército, que possui o maior efetivo entre as três Forças (são 203,4 mil militares), está em situação de sucateamento. Segundo relato de generais, há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
O G1 publica, ao longo da semana, uma série de reportagens sobre a situação do Exército brasileiro quatro anos após o decreto da END, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

O Exército usa o mesmo fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos. Por motivos estratégicos, os militares não divulgam o total de fuzis que possuem em seu estoque, mas mais de 120 mil unidades teriam mais de 30 anos de uso.

Carros, barcos e helicópteros são escassos nas bases militares. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército ao qual o G1 teve acesso. Até o início de 2012, as fardas dos soldados recrutas eram importadas da China e desbotavam após poucas lavadas.
A Estratégia Nacional de Defesa elencou entre os pontos-chave a proteção da Amazônia, o controle das fronteiras e o reaparelhamento da tropa, com o objetivo de obter mobilidade e rapidez na resposta a qualquer risco. Defesa cibernética e recuperação da artilharia antiaérea também estão entre os fatores de preocupação.

Um centro de defesa contra ataques virtuais começou a ser instalado pelo Exército em 2010, em Brasília, mas ainda é enxuto e não conseguiu impedir ataques a uma série de páginas do governo durante a Rio+20, em junho deste ano.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), iniciativa que busca vigiar mais de 17 mil quilômetros de divisas com 10 países, começará a ser implantado ainda em 2012, com um teste na fronteira do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, do Estado-Maior do Exército, a Força criou 245 projetos para tentar atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa. Ele afirma que os recursos, porém, chegam aos poucos.
exercito_especial_cronograma_dia1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa - em 2011, o valor foi de R$ 61,787 bilhões. Durante a crise econômica, entre 2003 e 2004, o índice chegou a 1,43%. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor.
Em 2012, o Exército receberá cerca de R$ 28,018 bilhões, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.
A ideia do ministro da Defesa, Celso Amorim, é elevar gradativamente os gastos com defesa para a média dos demais países dos Brics (Rússia, Índia e China), que é de 2,4%. Segundo afirmou em audiência no Senado, o objetivo é fazer o Brasil ter maior peso no cenário internacional.
“Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande. Por isso, um dos nossos projetos busca a recuperação da capacidade operacional. Até 2015, devemos receber R$ 10 bilhões só para isso”, afirma o general Schneider Filho, responsável pelos estudos da END no Estado-Maior do Exército.
Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munição
Dois generais da alta cúpula, que passaram para a reserva recentemente, afirmaram ao G1 que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. “Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.
exercito_especial_soldado_barco_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Guerreiro de selva patrulha rio na Amazônia durante
ação militar em 2012 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”, alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
“Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo de munição para a instrução. Os sistemas de guerra eletrônica (rádio, internet e celular), a artilharia e os blindados são de geração tecnológica superada. Mais de 120 mil fuzis têm mais de 30 anos de uso. Não há recursos de custeio suficientes”, diz Santa Rosa. Ele deixou o Exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula após chamar a Comissão da Verdade, que investiga casos de desaparecidos políticos na Ditadura, de “comissão da calúnia”.
Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande"
General Walmir Almada Schneider Filho
Segundo o Livro Branco, documento que reúne dados sobre a defesa nacional, o Exército possui 71.791 veículos blindados, a maioria deles comprados há mais de 30 anos. Apenas um é do modelo novo, o Guarani, entregue em 2012 e que ainda está em avaliação. Um contrato inicial de R$ 41 milhões foi fechado para a aquisição dos primeiros 16 novos carros de combate. No último dia 7, um novo contrato foi assinado para a aquisição de outras 86 viaturas Guarani, ao custo de R$ 240 milhões.
"Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário", defende o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Riscos e ameaças
Para saber quais equipamentos, tecnologias e armas precisam ser compradas e que outras mudanças são necessárias, o Exército criou o Grupo Lins, que reúne uma equipe para prever cenários de conflitos ou crises - internos ou externos - em que a sociedade e os políticos possam exigir a atuação dos militares até 2030.
O objetivo é antever problemas, sejam econômicos, sociais, de segurança pública ou de calamidade, e saber quais treinamentos devem ser dados aos soldados até lá.
soldados_treinamento_engatinham_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Soldados recrutas fazem teste de resistência em
treinamento no Exército (Foto: Exército/Divulgação)
Nesses cenários, a Amazônia e as fronteiras estão entre as maiores preocupações. O texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, entregue pelo governo ao Congresso Nacional em 17 de julho, destaca "a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.
Difícil – e necessário – é para um país que pouco trato teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder construir-se"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
Para impedir qualquer ataque, o Exército prepara o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, através de um conjunto de sensores, radares e câmeras, permitirá a visualização de tudo o que ocorre nas fronteiras em tempo real. Os equipamentos facilitarão a repressão ao tráfico de drogas e armas, ao contrabando e aos crimes ambientais. A previsão é de que o sistema esteja totalmente operando em 2024.
O alto valor que o governo pretende passar para o Sisfron - R$ 12 bilhões até 2030 – movimentou o mercado nacional e fez com que empresas se unissem buscando soluções para vencer a licitação em andamento. Entre as interessadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Embraer, que fizeram parcerias com grandes indústrias do setor.
Para o historiador e criador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, o Exército está em transformação e precisa se adequar para os inimigos do futuro. “O inimigo, seja interno ou externo, agora está extremamente bem armado. Por enquanto, não temos ameaças explícitas, mas temos que cuidar da nossa casa e estar preparados para responder, caso seja necessário”.
O general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva diz que o problema continua sendo o orçamento. "Um coronel argentino me disse que eles aprenderam na guerra nas Malvinas que, se não existe a capacidade mínima de responder, não dá tempo para adquirir. Não adianta chorar depois”, afirma.
Mudança de percepção
Estudioso da área, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entende que a abertura democrática e a criação do Mercosul provocaram mudanças na forma da população conceber a proteção do país, Consequentemente, foram feitos cortes nos investimentos militares. “O fim da ditadura e a união dos países latinos fez com que houvesse enfoque em integração, com diminuição do investimento na área militar", explica.

Burocracia, crises financeiras e déficit fiscal também são entraves para maior disponibilidade de recursos. “A única forma dos militares receberem mais investimentos é se integrando à pesquisa acadêmica e às empresas, como ocorre nos países desenvolvidos", diz Fiani.
exercito_especial_general_indios_para_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)General José Carlos de Nardi cumprimenta índios
durante visita ao Pará  (Foto: Tahiane Stochero/G1)
O general Walmir Almada Schneider Filho concorda com o professor. “No primeiro mundo, o povo tem a mentalidade de que defesa e desenvolvimento caminham juntos e complementam-se. Um impulsiona o outro. Nós não queremos chegar neste patamar [de país voltado para a guerra], mas criar uma mentalidade de defesa, para que o povo discuta o assunto", diz.
A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. Isso exige que a Nação compreenda serem inseparáveis as causas do desenvolvimento e da defesa"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
“Eu acho que a redução dos investimentos tem relação com o período militar e a própria mentalidade da população, que vê como melhor alternativa aplicar os recursos em outro setor fundamental, como saúde, educação, etc", acrescenta Schneider Filho.

"Não há um palmo sobre o território brasileiro que não esteja sob a responsabilidade de uma tropa do Exército. Somos a organização mais presente em todo o território e que tem meios de chegar o quanto antes em qualquer situação. Por isso, assumimos cada vez mais responsabilidades e temos que ter capacidade para atuar em situações de emergência”, diz o general José Fernando Yasbech, também do Estado-Maior do Exército.
Yasbech se refere aos múltiplos empregos do Exército em ações civis dentro do país, como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como a Constituição determina o emprego militar em casos graves de segurança pública. Além disso, o militares são convocados para o apoio em caso de enchentes, abertura de estradas, construção de pontes, distribuição de ajuda humanitária, apoio em eleições, combate à dengue e à aftosa, entre outros.
Proteger
Em 2012, mais uma linha de atuação está sendo aberta: os militares serão responsáveis pela defesa e proteção de infraestruturas estratégicas do país, como hidrelétricas, usinas nucleares, indústrias essenciais e centros financeiros e de telecomunicações a partir da criação do projeto Proteger. O programa terá recursos na casa dos R$ 9,6 bilhões e reunirá órgãos públicos dos estados e informações necessárias para prevenir, conter ou reprimir ataques ou acidentes nesses locais.
Se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
São mais de seis mil infraestruturas estratégicas existentes no país, sendo que 364 estão entre as mais críticas, conforme levantamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
exercito_especial_cabana_cancela_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Pelotão de fronteira no Pará conta com apenas 9
horas diárias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"O trabalho será tanto no sentido de prevenir acidentes nessas estruturas como também de identificar riscos e, eventualmente, contê-los", diz o general José Fernando Yasbech, que responde pelo projeto.
O trabalho começará no Paraná, com a implementação de um centro de ação conjunta com polícia, Bombeiros e Defesa Civil para defender a Usina de Itaipu.

“O reaparelhamento das Forças Armadas vai além de apenas dizer que um país pacifista está tomando uma atitude de se tornar mais bélico. O emprego dos militares tem sido bem diferente nos últimos anos, seja em ações de defesa civil, de segurança pública, de apoio aos órgãos estaduais. E isso demanda alterações estruturais profundas na política, na mentalidade da população e em investimentos”, diz Iberê Pinheiro Filho, mestre em Relações Internacionais e estudioso da Estratégia Nacional de Defesa.

Procurado para comentar a atual situação do Exército, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escreveu o texto da Estratégia Nacional de Defesa, disse que se considerava "moralmente impedido de falar" devido à "relação íntima e especial com as ações e tarefas de que tratará a reportagem".
"Direi apenas o que escrevi na dedicatória de um livro que dei à biblioteca do Exército, por mãos do general que a comanda: o Exército brasileiro é a mais importante instituição do Brasil", afirmou Mangabeira Unger ao G1.
Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que também assinou a END em 2008, disse que não iria comentar a situação, pois não ocupa mais o cargo.
exercito_especial_tenente_costas_barcos_620 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Tenente caminha entre barcos antigos usados para deslocamento em rios do AP (Foto: Tahiane Stochero/G1)